quinta-feira, 28 de junho de 2007

Conhais, Conhal, Conheiras



estes termos estão associados à mineração do ouro em terraços fluviais e são relativamente frequentes na zona sul da Beira Baixa e na zona norte do Alto Alentejo, quer no rio Tejo quer em alguns dos seus afluentes na região. referem-se a amontoados de seixos redondos ("conhos"), feitos pelos mineiros desde épocas muito recuadas, de há vários milénios atrás.
também se encontra, mais a norte, na Beira Litoral, região de Góis, o topónimo "Cunhal", que me parece uma variante de "Conhal", tanto mais que existe o topónimo "Cunhal das Bolas" - que, a ser assim, é mais um dos muitos pleonasmos com que a Toponomástica se compraz.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Telheiras

a nossa língua na Galiza, pelo seu carácter mais conservador, dá-nos pistas preciosas para a decifração de inúmeros topónimos. entre eles, destaco "Telheiras". é claro que já tinha percebido que não deveria ter nada a ver com "telhas". mas, recentemente, dei com a chave da questão: "tilheira", "tilheiro", derivam de "tilha", ou "tília", árvore de flores cheirosas, medicinais. "tilheira" (ou "tilleira", se quisermos, não faço questão nenhuma) é o nome da árvore que tamém se chama, simplesmente, "tília". assim, "Telheiras" significaria "As Tílias". aqui, o sufixo -eiras teria uma conotação abundancial. se assim fosse, deveria haver registos da grafia antiga, mais próxima do verdadeiro étimo. e há. no século XVII, "Telheiras" era "Tilheiras" e as suas saloias (moças do campo) eram famosas: "as saloyas de Tilheiras".

ver Comentº de Calidonia